quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

De corpo e Alma...


Cada corpo
Cada alma
Cada cerebelo

Todos largados ao acaso
Levados pelo tempo

Tudo se resume ao egoísmo da sobrevivência
E vivem sem saber por que
Baseando-se em velhos clichês

Buscando Amor e Prazer
De um dia viver
Simplesmente para ver o Sol nascer
E poder esquecer
Que a vida sempre ira anoitecer

E eu procuro de corpo e Alma
Me fortalecer e crescer

Pois toda magia que existiu
Em se sonhar
Tanto na psicodelia como no Amar
Se acaba no primeiro despertar

Como uma ferida que não cura
Que sempre vai estar la
Para lembrar
O quanto pode ser doloroso
Um despertar

E por força das incertezas

Somos obrigados a despertar

E também somos
Os maiores culpados
Por deixar que esses sonhos

Em nossas almas
Venham a se desmanchar

E por toda a Vida

Muitos se perderam
Nesse Desencanto
Que julgam
Como mera ilusão.

Fabiano Antunes

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Eliminar todos os conceitos


Yadã te moha-kalilam
buddhir oyalitarishyati
tadã gantãsi nirvedam
shrotavyasya shrutasya cha

Tradução: Quando teu intelecto atravessar o lamaçal da ilusão,
então vais adquirir indiferença
por aquilo que foi ouvido e
por aquilo que ainda está para ser ouvido

Significa: Eliminar todos os conceitos que lhe foras instruídos, certo ou errado, bem ou mal...

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Querer...


Querer morrer
Quando se quer desaparecer

Querer sonhar
Quando a alma insiste em viver

Toda essa loucura lisérgica
Que transpira nas veias
Da minha alma e do meu senso

Que é diferente do tal Senso comum
O qual tornou-se uma armadilha mordaz
Para os que desistiram de Sonhar [acreditar]

E eu aqui
Nessa vida ilusória
Da qual a tristeza por si
É a minha historia

Mas não de toda gótica
Pois todo poeta já provou a beleza
Seja ela a do Amor
Ou a que possui o seu desabor

Sozinho
Fico aqui parado, pensando, angustiando
O delírio poético do pranto

Não pedirei a ajuda de Deus

Pois esse nunca quis que eu o visse
E não apareceu

De fato não temos intimidades

Talvez uma ligeira inimizidade

Assim sigo minha sina
Sem saber se o meu desejo se fixa
Viver, Morrer, Sonhar, Anoitecer ou Ver o Sol nascer.

Tudo venha a acontecer...

Fabiano Antunes

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Despertar do Desencanto


Desperta a melancólica aurora
Decadente aos pés
Do perdido Ocidente

Destruiu-se a caixa de pandora

Já não se encontra
Alma boa como outrora

Restam apenas os iníquos
Que caminham como Narciso
Da beleza ao suicídio

Dançamos uma Valsa
Lunática e tenebrosa
Ao som afinado
Do pranto de arcanjos
Tão belos quanto às rosas

Já se foi o Sol
Já se foram as esperanças

Só nos resta abraçar a Volúpia
E morrer conforme a dança

Fabiano Antunes

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Quem vós Sois?


Se me perguntares
Quem sou

Logo digo um Pierrot
Um sonhador
Um amador
Um poeta
Um louco
Um professor
Um Pierrot


Que amou
Errou
Pecou
E se afundou

Sem o calor de um amor

Sem nada somente com suas
Pegajosas magoas

Um Pierrot muito branco e muito triste

Em que a vida
Apenas num sonho consiste

Fabiano Antunes

domingo, 4 de janeiro de 2009

És Bella


És bella
Como uma janela aberta
A uma floresta de quimeras

Que por luxúria e vaidade
Transformou-te em humana em mulher
A qual ama e encanta um mundo de ânsias

E talvez
Por ironia do destino
Amo-te
Para nunca mais deixar-te fria

Será minha sina morrer na solidão?

Se ao menos sua beleza burguesa
Me desse esperança e enxergasse
Através dos olhos de minha suposta criança

Saberias que te desejo
Mais que minha própria vida

Cuja sina foi amar
A falsa Colombina

Fabiano Antunes

sábado, 3 de janeiro de 2009

Vida sonho, Sonho vida


Não despertes agora!
Sonhe mais um pouco

Viva a vida acorrentado
Ou tenha a audácia
De ser louco

Estranho ser humano
Que vive a buscar
A origem de sua vida

Deixando que a sua própria
Seja esquecida

Despensando que talvez
Ela fosse um mero engano [quase nada]

Vivida e constante
Baseia-se a vida
Desse ser de pele e sangue

Não esperes muito
Ou acabara frustrado
Engravatado
Em mais um tumulo abandonado

Continue a Sonhar
Nem pense em despertar

Pois quanto mais rápido
Abrir os olhos
Ainda mais rápido
Irá querer fechá-los


Fabiano Antunes