sexta-feira, 20 de julho de 2012

Inalcançável


Inalcançável é a sua surpresa pelo meu novo abismo
Foi outrora beleza perto de um novo suicídio

Contorcia-me em qualquer desprezo
Na melancolia dos fatos

Fui ousado!

Imagine a grandeza se me alcançasse
Imagine a incerteza dos poemas guardados

Seu batom me diz mais que sua inadimplência
Seu amor soa mais como qualquer besteira

Nunca serei homem completo em seus devaneios
Talvez por isso mesmo que me tem tanto desprezo

Sou fera guardada no mais profundo dos teus sonhos melados
Tenho na face às marcas que causaram todos os pecados

Absorto meu coração vai mais longe
Nunca um homem pisou mais alto se não em outro

Sua figura agora tão reluzente e desesperada
Pelo abrigo que é seu e não encerra

No conforto mais amigo que qualquer amante
Sou indefeso, pois além de tudo tenho ciúmes

Peça rara que você abomina
Nunca mais um Arlequim, sempre Pierrot ou agora colombina

Fugirei para o mais alto dos ecos
Sem ter razão, em qualquer momento dos seus seres

Sim! Tem muitas faces e muitas vaidades
Sou eterno cadáver, preso nas entranhas de minha eterna!

Mocidade. 

- Fabiano Antunes

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Não se compara.


Nos espasmos de minha cólera
Ainda sinto seu perfume, distante...

Nas distancias entre nossos corpos
Um calor tão ausente!

Minha mente como um realejo
Repete o seu retrato inerte.

Meus dedos já não consolam os seus cabelos

Sinto uma euforia mórbida nisso tudo
Foi a lembrança de um sexo perdido.

Tenho cicatrizes tão profundas...
Poderia plantar os seres de suas ilusões nelas

Foi breve comparado a vida...

É a vida, e isso não se compara a nada.

-Fabiano Antunes