sábado, 27 de dezembro de 2008

..Aeterni..


-A: Tu afasta-te cada vêz mais dos vivos..não tardará muito e eles te riscarão das suas listas..

-B: É o único meio de participar no privilégio dos mortos..

-A: Qual privilégio?..

-B: Nunca mais morrer

Ciclo.


Infância
Abismo decadente
Que como um bote de serpente
Destrói irreversivelmente
A inocência da Gente

Tornando-nos pouco a pouco
Em adultos
Ou poetas loucos

Fazendo a vida tornar-se
Na maioria dos dias
Uma eterna agonia

CORRO, CORRO, CORRO
Mas não me encontro

Intragáveis se tornaram os dias
Poucas são as alegrias
Esta se tornando uma perigosa rotina

Pouco a pouco
Estou ficando louco
Um grito! Um socorro!

Corro sem ver
Quase sem viver
Para que um dia o grito

Torne-se a liberdade do meu viver

Antes que minha alma
Por inteiro
Venha a apodrecer.

Fabiano Antunes

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ao Redor


Tudo em volta
Agora é bosta

Todos vivendo
Esta se tornando
Um amargo veneno

A angustia e a Fúria
Que antes em mim
Foi uma simples fagulha

Agora é fogo intenso
Que me consome
Sem piedade ou culpa
Matando-me aos poucos de angustia

Estou desfigurado
O mundo bello já não é
Tornou-se um inferno

Quero sair!
Quero deixar de existir!

Me salva
Ou por piedade
Destrói-me a alma

Fabiano Antunes

Mulher da Estrada


Que bella é aquela mulher
Sentada a beira da rodoviária
Sem escrúpulos sem nada
Fumando a velha cinza queimada

E ela já não se importa mais com nada
Continua parada inerte sobre a vida

O que pensa ela que já não tem mais nada?

É só mais uma alma encarnada
Em suas roupas rasgadas

Continuo a observá-la
E ela não diz nada
Continua fixada a um passado do qual
Não fora amada

Caiu-se uma lágrima
Rápida, sem orgulho
Sem esperança
Sem força
Sem nada

Anda agora passo a passo
Singular pela estrada

Deu-me um ultimo sorriso
Pois já não ter mais nada que se possa amar

Corra para a emboscada
Minha bella amada

Pois você já não tem vida
Sonho ou propósito

Acabou tudo já não és mais nada

Fim da linha
Fim da estrada.

Fabiano Antunes.

Manhã de Sol


Que manhã linda
Que é cantada pelo assoviar dos pássaros
Plantados nas arvores perdida

Fazendo parte da natureza ainda em vida
Da qual vai tornar-se mais uma lembrança
Em uma tarde esquecida

Mas não nas letras do poeta
Que leva o amor e tais lembranças de alvorada
Em sua partida incerta

E por compaixão
Não deixa que o bello e raro amanhecer
Fique perdido em sua noturna solidão
No seu singular sofrer.

Fabiano Antunes

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Pobre pobretão


Se a tristeza o acalentava

A vida a alma aos pouco o roubava

Sem escrúpulos sem nada

Viajando por esse mar de incertezas

Nada de harmonia ou firmeza

Procurava em vão a resposta de sua ilusão

Mesmo que nada aqui tivesse o que lhe roubaram

Pobre pobretão que nada tem

Nem amor nem condição

Fica a vagar em uma sobra de sua própria solidão

Não acredite nesses que lhe querem amor

Perdão Inquietação

Corra para a luz

Que nela a justiça morta

Vê-lhe o que a cegueira nos escondeu

Pare de sofrer por alusão

Pois nessa cósmica e intrépida passagem

Todos estão perdidos no mar de vida

Chamado solidão... Pobre pobretão


Fabiano Antunes

O homem que não é de seu tempo , não é de tempo algum


este blog nao é nada mais nada menos que um lugar para lançar fragmentos dos pensamentos escritos que aparecem na minha cabeça e principalmente em minha alma....
enfim...
poucas idéias
muita intencidade...
isso é que é viver de verdade....