quarta-feira, 31 de março de 2010

Oculto


Se deixar-se ser
Despertaria o que há
De mais distante de humano
Que habita nosso corpo

Se deixar-se ver
Enxergaria o que há
De mais belo e eterno
Que existe no lado oculto das coisas
[de todas as coisas]

Se deixar-se tocar
Sentiria o que há
De mais profundo na sensação em si
Mais delirante que o orgasmo e sincero que o ópio

Se deixar-se degustar
Provaria o que há
De mais suculento e sensacional
Mais saboroso que qualquer fruto já provado
E mais apaixonante que qualquer beijo dado
Diria apenas o certo do errado
[a verdade]

Se deixar-se cheirar
Descobriria o que há
De mais fabuloso nos odores
Que pairam pelo eterno
Saberias que isso não é único
E sorriria

Se deixar-se ouvir [escutar]
Eternizaria o que há
De mais profundo e gracioso
Que jamais foi composto
Não se toca
Nem se canta
Eterniza-se

É eterna!
Verdade tão poderosa
Que cega
Não é fácil
Mas esta escancarada

O lado oculto que completa
É assim para sempre

É bella!

Fabiano Antunes.

Não falo mais!


Prometo!
Não falo mais de amor
Pois falando
Esquece-se de seu sabor

Um barbudo já dizia
Não se pode amar
E ser feliz ao mesmo tempo...

Prefiro ausentar-me do tempo
Clichê é viver o momento

Prometo!
Não falo mais em ser feliz
Pois assim
Esquece-se de se fazer feliz
[de sorrir]

Leviano é o pensamento
Que a paixão
É o principio do nascimento
De um novo
Velho sentimento

Me rendo!



Fabiano Antunes.